quarta-feira, 11 de abril de 2012

Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra/ Define com perfil e ser/ Este fulgor baço da terra/ Que é Portugal a entristecer — /Brilho sem luz e sem arder, /Como o que o fogo-fátuo encerra. /Ninguém sabe que coisa quer. /Ninguém conhece que alma tem, /Nem o que é mal nem o que é bem. /(Que ânsia distante perto chora?) /Tudo é incerto e derradeiro. /Tudo é disperso, nada é inteiro. /Ó Portugal, hoje és nevoeiro... /É a Hora! /Fernando Pessoa